Lay-off em Portugal: a queda que esconde outra crise
O lay-off em Portugal caiu 26,7% em agosto face ao mesmo período de 2024. Parece boa notícia? Espere antes de comemorar. Os números escondem uma realidade alarmante: o desemprego voltou a crescer e os despedimentos coletivos atingiram níveis recorde.
O que está acontecendo de fato no mercado de trabalho português? Os dados da Segurança Social revelam um cenário contraditório, onde a queda do lay-off não significa estabilidade – muito pelo contrário.
O que está acontecendo com o lay-off em Portugal?
Em agosto, registaram-se 4.718 situações de lay-off com compensação retributiva, de acordo com a Segurança Social.
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Face a agosto de 2024: queda de 26,7%, menos 1.721 prestações processadas.
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Face a julho de 2025: aumento de 18,5%, com mais 737 processos.
Ou seja: enquanto na comparação anual os números despencam, no curto prazo o lay-off está a crescer pelo segundo mês consecutivo.
Redução de horário vs suspensão temporária
O lay-off não é igual para todos. Ele pode ser aplicado de duas formas: redução de horário de trabalho ou suspensão temporária do contrato.
Redução de horário
Em agosto, abrangeu 2.655 trabalhadores.
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Queda de 30,7% em relação a 2024.
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Mas uma ligeira alta de 1,9% face a julho.
Suspensão temporária
Aqui o cenário é ainda mais dramático.
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Redução homóloga de 20,9%.
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Mas uma explosão de 50% face ao mês anterior, totalizando 2.063 trabalhadores.
Empresas em lay-off: quem está a sofrer mais
Em agosto, 333 empresas tiveram prestações de lay-off processadas:
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Menos 86 que em agosto de 2024.
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Mas mais 88 face a julho de 2025.
O que isso mostra? Que as empresas voltaram a recorrer ao lay-off como mecanismo de sobrevivência no verão.
O que significa estar em lay-off em Portugal?
O lay-off é a redução temporária do horário de trabalho ou a suspensão do contrato de trabalho. Ele pode ser aplicado quando empresas enfrentam:
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Quebras de mercado.
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Problemas estruturais ou tecnológicos.
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Catástrofes ou eventos externos.
Ou seja, para muitos trabalhadores, o lay-off significa menos salário, menos segurança e mais incerteza.
Desemprego em Portugal em agosto: números que assustam
Enquanto o lay-off cai, o desemprego volta a subir após cinco meses consecutivos de queda.
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179.517 beneficiários de subsídio de desemprego em agosto.
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Alta de 0,3% face a julho.
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Mas queda de 3,3% face a agosto de 2024.
Beneficiários de subsídio de desemprego
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146.376 pessoas receberam subsídio de desemprego em agosto.
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Menos 3.433 face a 2024 (queda de 2,3%).
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Mais 1.584 que em julho (alta de 1,1%).
O valor médio mensal do subsídio disparou para 712,86 €, um aumento de 8,2% em apenas um ano.
Subsídio social de desemprego: queda brutal
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Inicial: 5.403 pessoas, menos 19,4% que em 2024.
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Subsequente: 19.953 pessoas, menos 4% em um ano.
Ou seja: quem depende desse apoio social está a receber cada vez menos.
Impactos no mercado de trabalho português
O verão trouxe mais turistas, mas também mais despedimentos coletivos e mais contratos suspensos. O lay-off caiu no comparativo anual, mas voltou a subir no curto prazo.
Isso prova que a crise no mercado de trabalho em Portugal ainda não acabou – apenas mudou de forma.
❓ FAQ – Lay-off e desemprego em Portugal
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O lay-off em Portugal acabou?
Não. Apesar da queda anual, ele voltou a crescer em julho e agosto. -
Quais setores mais recorrem ao lay-off?
Indústrias, serviços ligados ao turismo e empresas em crise estrutural. -
Qual a diferença entre lay-off e desemprego?
No lay-off o trabalhador mantém vínculo com a empresa, no desemprego o contrato já foi encerrado. -
Quantas pessoas estão em lay-off em Portugal?
Em agosto de 2025, foram 4.718 casos. -
Qual o valor médio do subsídio de desemprego?
712,86 € em agosto de 2025, com aumento anual de 8,2%. -
Quantos beneficiários recebem subsídio social de desemprego?
Foram 25.356 pessoas em agosto (inicial + subsequente).
O lay-off em Portugal despencou em números anuais, mas voltou a crescer no curto prazo, deixando trabalhadores em alerta. Enquanto isso, o desemprego ressurgiu após meses de queda.
A mensagem é clara: o mercado de trabalho português vive um momento frágil, cheio de incertezas. A pergunta que fica é: estamos diante de uma recuperação real ou prestes a entrar em mais uma onda de crise?
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